PACIFICAÇÃO É ISSO AÍ...
Esta semana circulou pelas redes sociais a imagem exibida acima: crianças e adolescentes que se encaminhavam ou retornavam da escola sendo revistados por agentes do exército. Tais agentes, compõem o grupo de profissionais da segurança pública que é responsável pela (denominada pelo governo) "Pacificação".
Contudo, a nós educadores e cidadãos, cabe a indagação: pacificação se faz desta forma?
Abaixo segue o texto que circulava anexo junto a imagem exibida acima: "Isso não é cena de novela, com certeza isso não é imagem do jornal nacional, isso é um dos grandes serviços prestados pelo estado. Alguém já viu filho de bacana passar por um constrangimento desses. Isso é a realidade de uma UPP - UNIDADE DE POLÍCIA PACIFICADORA. Se querem reduzir a maioridade penal no Complexo do Alemão já esta valendo. "
Bando de hipocritas, acreditam que traficantes e demais bandidos teriam algum escrúpulo em usar essas crianças para retirar do local armas e drogas? Não há como combater um mal tão grande sem privar alguns cidadãos de seus direitos em beneficio de um bem maior que é a segurança pública.
ResponderExcluirPrezado Sr. Anônimo;
ResponderExcluirA questão a ser debatida não é se bandidos têm ou não escrúpulos para usar crianças como “mulas” para transportar armas e/ou drogas. A questão é que o Estado NÃO PODE, de maneira alguma, ignorar a Constituição Brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Declaração Universal dos Direitos das Crianças pelo motivo que for, muito menos por algo tão genérico que o senhor denomina de “segurança pública”. Segurança de quem? Dessas crianças que estão tendo seus direitos privados, como o senhor mesmo afirma? Ou a pseudo-segurança de uma hipócrita classe média que – mesmo com os dois pés na classe trabalhadora insiste em manter a cabeça na burguesia – concorda com a privação de direitos de alguns cidadãos, mesmo que sejam CRIANÇAS com uniforme escolar?
Sr. Anônimo, não vamos privar neste blog o seu direito à liberdade de expressão. Por isso, ao invés de deletarmos seu comentário entranhado de senso comum e preconceito reacionário, vamos mantê-lo de forma a mostrar para todos os que acessam esta página (incluindo as crianças moradoras de favela e seus familiares que estão neste momento tendo seus direitos mais básicos desrespeitados juntamente por quem deveria trabalhar para garanti-los, ou seja, o poder público) o quão equivocado está sua forma de pensar e buscar a paz.
Sr. Anônimo, o senhor sabe o que as crianças da foto e seus familiares pensam dessa arbitrariedade ditatorial? Não sabe porque esses "alguns cidadãos", como o senhor se refere, não têm voz. E lembre-se: “paz sem voz não é paz, é medo”
Atenciosamente;
Felipe Moreira
Assistente Social do PROINAPE
Mat 10/245.572-3
CRESS 16802 7R.